quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Como alfabetizar?

Alfabetização


LEITE DERRAMADO


Um homem muito velho está num leito de hospital. Membro de uma tradicional família brasileira, ele desfia, num monólogo dirigido à filha, às enfermeiras e a quem quiser ouvir, a história de sua linhagem desde os ancestrais portugueses, passando por um barão do Império, um senador da Primeira República, até o tataraneto, garotão do Rio de Janeiro atual.
Uma saga familiar caracterizada pela decadência social e econômica, tendo como pano de fundo a história do Brasil dos últimos dois séculos.Em suas leves variantes, as lembranças obsessivas revelam sutilezas ideológicas e psíquicas. E, como essas lembranças têm forte componente plástico, criam imagens fascinantes.
É o caso do “vestido azul” comprado pelo pai para a amante, objeto de alta concentração significante. Esse objeto se expande, no nível da narrativa, como índice de elucidação da intriga, no nível fantasmático, como obsessão repetitiva do filho, e no nível sociológico, como ilustração dos usos e costumes de uma classe. Tudo, neste texto, é conciso e preciso. Como num quebra-cabeça bem concebido, nenhum elemento é supérfluo.
Há também um jogo com os espaços onde ocorrem os acontecimentos narrados. As várias casas em que o narrador morou, como as décadas acumuladas em suas lembranças, se sobrepõem e se revezam. Recolocá-las em ordem cronológica é assistir a uma derrocada pessoal e coletiva: o chalé de Copacabana, “longínquo areal” dos anos 20, é substituído por um apartamento num edifício construído atrás de seu terreno; esse apartamento é trocado por outro, menor, na Tijuca; o palacete familiar de Botafogo, vendido, torna-se estacionamento de embaixada; a fazenda da infância, na “raiz da serra”, transforma-se em favela, com um barulhento templo evangélico no local da velha igreja outrora consagrada pelo bispo. Embaixo da última morada do narrador, nesse “endereço de gente desclassificada”, está o antigo cemitério onde jaz seu avô.
Percorre todo o texto, como um baixo contínuo, a paixão mal vivida e mal compreendida do narrador por uma mulher. Os múltiplos traços de Matilde, seu “olhar em pingue-pongue”, suas corridas a cavalo ou na praia, suas danças, seus vestidos espalhafatosos, ao mesmo tempo que determinam a paixão do marido e impregnam indelevelmente sua lembrança, ocasionam a infelicidade de ambos. Os preconceitos e o ciúme doentio do homem barram a realização plena da mulher e levam-na a um triste fim, que, por não ter nem a certeza nem a teatralidade dos desfechos de uma Emma Bovary ou de uma Ana Karênina, tem a pungência de um desastre. Embora vista de forma indireta e em breves flashes, Matilde se torna, também para o leitor, inesquecível.

O fato de nem no fim da vida o homem compreender e aceitar o que aconteceu torna seu drama ainda mais lamentável. Os enganos ocasionados por seu ciúme são tragicômicos, e o escritor os expõe com uma acuidade psicológica que podemos, sem exagero, qualificar de proustiana.
Outras figuras, fixadas a partir de mínimos traços, também se sustentam como personagens consistentes: o arrogante engenheiro francês Dubosc, que a tudo reage com um “merde alors”; a mãe do narrador, que, de tão reprimida e repressora, “toca” piano sem emitir nenhum som; a namorada do garotão com seus piercings e gírias. É espantoso como tantas personagens conseguem vida própria em tão pouco espaço textual. Leite derramado é obra de um escritor em plena posse de seu talento e de sua linguagem.

CHico Buarque


segunda-feira, 26 de outubro de 2009

PALAVRAS, PALAVRAS E PALAVRAS

TRABALHANDO COM OS GÊNEROS

"A poesia sensibiliza qualquer ser humano.É a fala da alma do sentimento.E precisa ser cultivada.
Afonso Romano de Sant


Há diversas maneiras de se trabalhar os gêneros na prática em sala de aula, que de alguma forma irá ajudar os estudantes aprenderem a ler e a escrever melhor.Vale lembrar que trabalhar com esses gêneros é indicado em qualquer série ou ano, pois o que deve variar conforme a idade é a complexidade dos textos, atendendo assim a necessidade da aprendizagem dos alunos.
Então nos professores é quem vai procurar da melhor forma trabalhar com esse gênero na sala de aula.
O objetivo de se trabalhar com poesia, não é transformar os alunos em grandes escritores de poemas e poesias, mas sim transforma-los em leitores e escritores aptos a interpretar e compreender o que o poeta quis transmitir

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Criações Artistica

PINTURA COM TERRA



A pintura é uma técnica de aplicar pigmento em uma superfície, a fim de colori-la, atribuindo-lhe matrizes, tons e texturas.












A experiência de se trabalhar com as tonalidades das cores das terras nos surpreendeu, cores texturas foi ganhando beleza em uma pintura diferente.





Os encontros com Giovana Dantas, nos ajudou a descobrir talentos voltado para a pintura de várias formas.
O trabalho com terra foi um sucesso e o resultado foi esse, um belíssimo quadro.



Depois desta descoberta, o caminho agora é levar para a sala de aula essa